11 de ago. de 2009

Um Breve Momento de Graça (parte 1)

A Graça de Deus é algo maravilhoso! Não me canso de afirmar isso. Mas sei que é um tanto quanto difícil compreendê-la. Mais difícil ainda é vivê-la. Por isso estou me propondo a ajudar você, leitor, a entender esta Graça maravilhosa. Desta forma estarei postando frequentemente em “Um breve momento de Graça” algo que li ou alguns momentos que vivi ou presenciei, durante esta minha curta vida peregrina, sobre este maravilhoso dom de Deus. Mas quero lembrá-lo, caro leitor, que estou me propondo a ajudá-lo a compreender, mas quanto a viver de Graça, está por sua conta e risco. No entanto, não se preocupe. Viver de Graça é uma longa jornada de experiências e aprendizados. E eu te convido a viver este grande desafio. Um grande abraço,
Gabrielle Lins de Souza
Um Breve momento de Graça (Parte I)
“Em pé junto ao leito onde jaz uma jovem, seu rosto em pós-operatório; sua boca, retorcida com paralisia, tem um quê de palhaço. Um minúsculo ramo do seu nervo facial, aquele que controla os músculos da boa, foi removido. Ela ficará assim daqui em diante. O cirurgião havia seguido com religioso fervor a curvatura da sua carne, isso eu podia garantir. No entanto, para remover o tumor de sua bochecha, tive de cortar aquele nervinho. O jovem esposo dela está no quarto. Ele está em pé no lado oposto da cama e juntos eles parecem habitar a luz vespertina da lâmpada, isolados de mim, num mundo particular. Quem são eles, pergunto a mim mesmo, ele e a distorcida boca que fiz, que olham-se um ao outro tão generosamente, com tanta avidez? A jovem fala: - Minha boca vai ficar assim para sempre? - Sim – digo. – Vai ficar assim porque o nervo foi cortado. Ela assente e silencia. Mas o jovem sorri. - Eu gosto – ele diz. – Acho uma gracinha. De repente sei quem ele é. Compreendo e baixo os olhos. Não devemos ser ousados na presença de um deus. Sem nenhum constrangimento, ele inclina-se para beijar a boca torta, e estou tão perto que consigo ver como ele entorta seus próprios lábios para ajustá-los ao dela, para mostrar-lhe que o beijo deles ainda funciona”.1
1 Richard SELZER, M.D., Mortal lessons: Notes on the art of surgery. Nova York: Simon and Chuster. 1978, p. 45,6. (Texto extraído do livro O Evangelho Maltrapilho, de Brennan Manning, Editora Mundo Cristão, 1ª Edição, São Paulo, 2005. p. 107, 108.)

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