15 de fev. de 2011

Ladrões invadem igreja e arrancam cofre da parede

Marcela Oliveira | Primeira Edição


Ao chegarem para ensaiar, os integrantes do grupo de música da 1ª Igreja Presbiteriana no Tabuleiro levaram um susto neste fim de semana: um dos vidros da porta estava quebrado, tudo revirado e um buraco na parede onde o cofre estava localizado. Outro transtorno a ser enfrentado pelos líderes da igreja foi a demora na confecção do Boletim de Ocorrência.

Ladrões aproveitaram a falta de vigilância e arrombaram a parte inferior da porta de alumínio do salão, depois de terem quebrado o vidro da porta lateral, por onde, provavelmente, tentaram entrar primeiro.
Thiago Oliveira/Cortesia
Thiago Oliveira/Cortesia
No gabinete, tudo revirado

Eles invadiram o gabinete pastoral e reviraram tudo. Em seguida quebraram a parede onde o cofre estava e conseguiram retirá-lo, porém estava vazio. Eles também entraram no templo principal e roubaram um aparelho de dvd. “É a primeira vez que isso acontece. O que ocorreu por três vezes foi roubo de fio, mas o vizinho tomou umas medidas colocando arame farpado no poste
e nunca mais roubaram o fio”, disse Thiago Oliveira, um dos membros da igreja.

Thiago Oliveira/Cortesia
Thiago Oliveira/Cortesia
Cofre foi arrancado da parede
No primeiro andar, onde funcionam as turmas infantis, eles também promoveram bagunça e pegaram o dinheiro que havia na caixinha. “Ainda tomaram um refrigerante que estava na geladeira e abriram pipocas e confeitos das crianças, além de deixar a geladeira aberta e levar o dinheiro que havia na caixinha do departamento infantil”, contou. “Apesar de toda a bagunça e de haver outros objetos de valor, só levaram o dvd e esse dinheiro”, contou Thiago.
Thiago Oliveira/Cortesia
Thiago Oliveira/Cortesia
Em seguida, o pastor João Paulo e sua esposa, Jocélia Pacheco foram ao 5º Distrito Policial para fazer o BO, mas estava fechado devido à reforma. Eles então seguiram para a Delegacia de Plantão 2, no Salvador Lyra, mas só havia uma pessoa. “Não tinha delegado, nem escrivão. Só tinha uma policial que nos disse que só poderia fazer o BO à noite, quando chegasse outro policial. Nós insistimos e ficamos reclamando dizendo que aquilo era um absurdo, foi então que ela cedeu e fez o boletim. Nesse ínterim chegaram outras três pessoas e saíram de lá sem conseguir fazer o BO. Depois fomos à Central de Polícia, onde conseguimos que uma equipe de peritos fosse enviada”, disse Jocélia. Os peritos colheram algumas digitais e retiraram fotografias do local, mas até o momento, nenhum suspeito foi identificado.

13 de fev. de 2011

Como o não-evangélico traduz as coisas do evangélico

Pior do que Envelhecer é Não se Tornar Adulto Nunca


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Quando eu fiz 40 anos, um amigo me ligou e disse: “meus parabéns! Agora começarão os bons anos de sua vida!”. Eu fiquei animado, pois estava com aquela sensação de envelhecimento, começando a famosa “crise da meia idade”. Aí, em seguida, ele arrematou “é meu amigo, aproveite os bons anos que virão, pois, os extraordinários, já se foram...”.

Na verdade, ninguém quer envelhecer. Por outro lado, na “sociedade da imagem”, desde que se tenham recursos financeiros, só envelhece quem quer. A medicina avançou tanto nesta área da estética que é difícil hoje você encontrar alguém que não tenha feito algum tipo de cirurgia. É implante de cabelo, lipoaspiração, restauração dentária, botox, silicone, depilação a laser, e um sem número de mimos disponíveis tanto para as mulheres quanto para os homens.


De fato, é mesmo possível retardar o envelhecimento. Mas há um fenômeno que eu tenho observado na sociedade contemporânea: a desproporcionalidade entre o avanço da idade cronológica e o crescimento da maturidade existencial. A impressão que tenho é que quanto mais velhas as pessoas vão se tornando, mais imaturas vão ficando. E não é só isso... O problema parece ser bem mais freqüente em pessoas do sexo masculino do que nas do sexo feminino.   
Sinto-me confortável para afirmar isto, pois, como profissional de mercado, interajo com uma grande quantidade de pessoas, sobretudo em viagens. Fico abismado com o nível das conversas que travo em encontros dos mais diversos. Percebo nelas a existência de um profundo esvaziamento emocional, intelectual, cultural, social, político e religioso. É o que chamo de desidratação da alma. Praticamente todas as conversas giram em torno da seguinte "vala comum": dinheiro, status, mulher, balada, futebol e cachaça.
A prova dos nove, todavia, acontece no gabinete pastoral. Sistematicamente, por exemplo, ouço as mulheres se queixando da falta de conteúdos nos homens. Elas afirmam que eles estão sem perspectivas na vida, gravitam em torno de grandes futilidades, possuem uma vaidade exacerbada, além do total desconhecimento de questões elementares para se construir uma relação afetiva com um mínimo de propósito. Lembrei da Paula Toller, do Kid Abelha, quando em sua canção diz: “garotos perdem tempo pensando em brinquedos e proteção...”. Do lado das mulheres, o problema se repete, mas numa freqüência menor, eu diria.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino... agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1ª Co. 13:11-12.
Observe o que Paulo está afirmando: ele está nos ensinando que o conhecimento de Deus e a maturidade existencial – holisticamente falando – são coisas que caminham de forma paralela. À medida que minha consciência vai sendo transformada pelos conteúdos do Reino de Deus, vou deixando para trás as “coisas de menino”, ou seja, as futilidades, vaidades e tolices próprias de quem ainda não chegou a tornar-se adulto, e passo a materializar outro tipo de comportamento. Preste atenção: pessoas que possuem um “centro de gravidade” mais adensado são justamente aquelas que, concomitantemente, desenvolveram uma espiritualidade sustentável. 
Num mundo feito apenas para os vencedores, nesta sociedade dos campeões, ter é a grande prioridade para o ser, pois é melhor vencer no mundo do que vencer o mundo! E assim, alienados pelo zeitgeist, presos a uma espiral umbigocêntrica que por fim nos leva a uma total incapacidade de nos enxergarmos, nos auto-discernirmos, vamos envelhecendo, mas, curiosamente, nunca chegamos a nos tornar adultos. Sobre isso, Hermann Hesse afirma: “Ninguém pode ver nem compreender nos outros o que ele próprio não tiver vivido”.

Tenho encontrado muito poucas pessoas que tem idade cronológica compatível com a maturidade existencial. Quando isto acontece, todavia, percebo que há algo em comum entre elas: o fato de estarem sendo capaz de evoluir no discernimento de Deus, de si mesmas e dos seus semelhantes.
 
 

Carlos Moreira