22 de abr. de 2009

Graça: favor imerecido.

Graça: favor imerecido. Quem nunca ouviu essa definição da graça de Deus? Virou até um clichê. Uma resposta automática! Mas a parte difícil não é decorar o que significa Graça. A parte difícil é entendê-la. Mais difícil ainda é vivê-la! Certa vez, havia um homem de coração bom, prestativo, agradável, todo mundo gostava muito dele. Por onde ele passava, sempre tinha alguém que o conhecia. Mas era também um homem rude, que não sabia lidar com as palavras, inconseqüente, sempre cometia os mesmo erros, bastante emotivo e com tendência a depressão. Um belo dia, este homem feriu profundamente um amigo que ele amava muito. Feriu de tal forma que este amigo nunca mais conseguiu perdoá-lo e acabou guardando uma grande mágoa dentro de si. O homem, bastante amargurado e também ferido pelo que tinha feito pediu perdão ao amigo, porém, o amigo, por estar tão magoado, não o perdoou. Ele alegou que não tinha como perdoá-lo pois, este erro que ele cometeu era antigo, que ele já havia cometido antes e ele já tinha lhe perdoado várias vezes, dado muitas chances, inúmeras chances, tantas que não podia contar. Enfim, o homem morreu amargurado por não se sentir mais amado pelo amigo e o amigo morreu amargurado e seco, por não ter liberado perdão. Quando ouvi esta estória, lembrei-me de Deus. Percebi que eu era esse homem que cometia muitos erros, às vezes os mesmos erros, tantos que eu nem posso contar. Mas Deus sempre exerceu graça para comigo. Jesus morreu em meu lugar, isto é um fato. Deus me deu isso de graça e não há como mudar isso. A Palavra diz que “não há nenhum justo sequer”. E nós estamos incluídos. Nós merecemos a morte. Merecemos ir para o lugar de ímpios, de injustos. Nós somos tão maus que nem todo o fogo do inferno bastaria para queimar todos os nossos pecados. Este homem merecia o desprezo, a indiferença do amigo. Afinal, será que ele nunca aprende? Será que o amigo teria que perdoá-lo sempre, se ele cometia sempre o mesmo erro? Não! Ele merece o desprezo, não merece o amor, Ele magoou muita gente! E “aqui se faz, aqui se paga” e “a gente planta o que colhe”. Mas Deus mostra o seu amor para conosco! Nos dá mais uma chance ... de Graça! E esta verdade é tão infinita assim como Deus é infinito. Entender a Graça de Deus é muito difícil. Mais difícil ainda é vivê-la, pois isto implica em agir para com o próximo da mesma forma que Deus age conosco...com amor. O final dessa estória poderia ser diferente. Eis o final feliz e “gracioso”: ...porém, após perceber que o homem havia se arrependido de todo coração, ainda que, mais uma vez de tantas outras vezes, o amigo o perdoou e passou a amá-lo mais ainda, pois ele pensou: “Se Deus me amou tanto assim que foi capaz de se reconciliar comigo através de Jesus e perdoar os meus erros infinitamente, porque eu não perdoaria o meu irmão?” (Gabrielle Lins de Souza)