por Thayanne Magalhães | Primeira Edição
Muita gente ainda não sabe, mas os homossexuais de Alagoas já podem
registrar sua união em cartório, desde que comprovem a convivência. A
medida foi legalizada ano passado pela presidente do Tribunal de Justiça
de Alagoas (TJ), desembargadora Elizabeth Carvalho.
Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), por conta da desinformação, esta medida ainda encontra muita resistência.
O presidente do GGAL, Nildo Correia, explicou que o principal interesses dos homossexuais é garantir o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais. “Muitas vezes as pessoas acabam perdendo tudo o que foi construído com o companheiro ou companheira porque a família vem e toma”, explicou.
Mesmo com o preconceito ainda muito forte, Nildo afirma que já existem muitos avanços que favorecem a união homoafetiva. “No ano passado a desembargadora apresentou a proposta e conseguiu aprovar no TJ. Trata-se de uma resolução aonde os cartórios são obrigados a fazer o contrato de união estável. Ainda não é uma cerimônia de união e nem usamos o termo casamento, é um contrato”, afirmou Nildo.
“A resolução é um avanço para nós. A lei ainda não foi aprovada e ainda passamos por muitas dificuldades mas, através dessa medida aprovada em Alagoas, a Previdência Social já reconhece a nossa união, alguns planos de saúde já aceitam o companheiro ou companheira como dependente. Através da nossa luta estamos avançando na busca dos nossos direitos”, concluiu.
Opinião das pessoas O coordenador administrativo, Gleydston Guedes, de 22 anos, disse que não conhecia a medida e acha que os homossexuais têm seus direitos. “Acho certo que eles tenham direito a compartilhar seus bens, mesmo não podendo oficializar a união. Seria injusto a sociedade não reconhecer”, opinou o jovem.
Mesmo sendo a favor do reconhecimento da união estável entre homossexuais, Gleydston não descarta a possibilidade dessas relações ainda chocarem a sociedade. “Mesmo que você diga que não tem preconceito, de alguma forma você se choca quando vê dois homens ou duas mulheres se beijando. Da mesma forma eu me choco quando vejo alguém com uma tatuagem no rosto, mas nada que me ofenda, só foge do que concebo como normal”, afirmou.
“É um tema complicado de se discutir”, concluiu.
A gestora de RH, Kelly Born, de 27 anos, disse que é a favor da medida, já que o artigo 226, que define regras para o casamento, em nenhum momento trata de uma exclusividade para sexos opostos. “Todos nós temos os mesmo direitos e deveres, e o tema ‘casamento gay’ não se trata de ser contra ou a favor, se trata de direitos humanos. Os homossexuais têm relacionamentos idênticos aos dos heterossexuais e continuarão tendo, queira a sociedade aceitar ou não”, disse Kelly.
“Eu acho que só haverá justiça quando todos nós formos aceitos e apoiados independentemente de raça, classe social, cultura e sexualidade”, concluiu a gestora de RH.
A Igreja O pastor da Igreja Presbiteriana, Pedro Cabral, fez uma colocação sobre o assunto usando a Bíblia como fonte. “Numa cosmovisão cristã, a homossexualidade é abominação contra Deus e, portanto, a união homossexual é biblicamente condenada”, afirmou.
O ministro extraordinário da Comunhão Eucarística da Igreja Católica, José Monte Neto, disse que esse tipo de união vai de encontro ao que está escrito na Bíblia. “Desde que a Justiça não queira obrigar a igreja a celebrar o casamento deles, eles podem oficializar a união no cartório civil. Mas, diante da Igreja isso não tem validade nenhuma”, disse o religioso.
Segundo Neto, o livro da Sabedoria, capítulo 14, versículo 25 e 26, trata do assunto. “Essa passagem diz o seguinte: tudo está numa confusão completa, sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão do sexo [enfatizou], instabilidade das uniões, adultério e impudicícias”, afirmou Neto, com a Bíblia em mãos.
“O que está acontecendo nos dias autuais é um fenômeno em que as pessoas querem que a palavra de Deus se adeque às suas vidas e não obedecer o que nos manda a palavra de Deus. Querem inverter as coisas. Enquanto o mundo era regido, guiado pela Bíblia, ainda existia respeito pelos pais e pelo próximo. Se a gente olhar no século passado, vai ver que há 50 anos atrás a homossexualidade era um absurdo, e ainda é. As pessoas estão vivendo como se não existisse Deus, estão desacreditadas”, opinou.
Para Neto, as pessoas estão pecando – pecados graves segundo ele – e sabem que estão desmerecendo a Bíblia. “A palavra é a mesma ontem, hoje e sempre. Não mudou e nunca mudará”, enfatizou o religioso.
“Quero concluir esta entrevista citando uma passagem de Levítico, capítulo 18, versículo 22. Ela diz que ‘não se deitarás com o homem como se fosse mulher: isso é uma abominação”.
Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), por conta da desinformação, esta medida ainda encontra muita resistência.
O presidente do GGAL, Nildo Correia, explicou que o principal interesses dos homossexuais é garantir o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais. “Muitas vezes as pessoas acabam perdendo tudo o que foi construído com o companheiro ou companheira porque a família vem e toma”, explicou.
Mesmo com o preconceito ainda muito forte, Nildo afirma que já existem muitos avanços que favorecem a união homoafetiva. “No ano passado a desembargadora apresentou a proposta e conseguiu aprovar no TJ. Trata-se de uma resolução aonde os cartórios são obrigados a fazer o contrato de união estável. Ainda não é uma cerimônia de união e nem usamos o termo casamento, é um contrato”, afirmou Nildo.
“A resolução é um avanço para nós. A lei ainda não foi aprovada e ainda passamos por muitas dificuldades mas, através dessa medida aprovada em Alagoas, a Previdência Social já reconhece a nossa união, alguns planos de saúde já aceitam o companheiro ou companheira como dependente. Através da nossa luta estamos avançando na busca dos nossos direitos”, concluiu.
Opinião das pessoas O coordenador administrativo, Gleydston Guedes, de 22 anos, disse que não conhecia a medida e acha que os homossexuais têm seus direitos. “Acho certo que eles tenham direito a compartilhar seus bens, mesmo não podendo oficializar a união. Seria injusto a sociedade não reconhecer”, opinou o jovem.
Mesmo sendo a favor do reconhecimento da união estável entre homossexuais, Gleydston não descarta a possibilidade dessas relações ainda chocarem a sociedade. “Mesmo que você diga que não tem preconceito, de alguma forma você se choca quando vê dois homens ou duas mulheres se beijando. Da mesma forma eu me choco quando vejo alguém com uma tatuagem no rosto, mas nada que me ofenda, só foge do que concebo como normal”, afirmou.
“É um tema complicado de se discutir”, concluiu.
A gestora de RH, Kelly Born, de 27 anos, disse que é a favor da medida, já que o artigo 226, que define regras para o casamento, em nenhum momento trata de uma exclusividade para sexos opostos. “Todos nós temos os mesmo direitos e deveres, e o tema ‘casamento gay’ não se trata de ser contra ou a favor, se trata de direitos humanos. Os homossexuais têm relacionamentos idênticos aos dos heterossexuais e continuarão tendo, queira a sociedade aceitar ou não”, disse Kelly.
“Eu acho que só haverá justiça quando todos nós formos aceitos e apoiados independentemente de raça, classe social, cultura e sexualidade”, concluiu a gestora de RH.
A Igreja O pastor da Igreja Presbiteriana, Pedro Cabral, fez uma colocação sobre o assunto usando a Bíblia como fonte. “Numa cosmovisão cristã, a homossexualidade é abominação contra Deus e, portanto, a união homossexual é biblicamente condenada”, afirmou.
O ministro extraordinário da Comunhão Eucarística da Igreja Católica, José Monte Neto, disse que esse tipo de união vai de encontro ao que está escrito na Bíblia. “Desde que a Justiça não queira obrigar a igreja a celebrar o casamento deles, eles podem oficializar a união no cartório civil. Mas, diante da Igreja isso não tem validade nenhuma”, disse o religioso.
Segundo Neto, o livro da Sabedoria, capítulo 14, versículo 25 e 26, trata do assunto. “Essa passagem diz o seguinte: tudo está numa confusão completa, sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão do sexo [enfatizou], instabilidade das uniões, adultério e impudicícias”, afirmou Neto, com a Bíblia em mãos.
“O que está acontecendo nos dias autuais é um fenômeno em que as pessoas querem que a palavra de Deus se adeque às suas vidas e não obedecer o que nos manda a palavra de Deus. Querem inverter as coisas. Enquanto o mundo era regido, guiado pela Bíblia, ainda existia respeito pelos pais e pelo próximo. Se a gente olhar no século passado, vai ver que há 50 anos atrás a homossexualidade era um absurdo, e ainda é. As pessoas estão vivendo como se não existisse Deus, estão desacreditadas”, opinou.
Para Neto, as pessoas estão pecando – pecados graves segundo ele – e sabem que estão desmerecendo a Bíblia. “A palavra é a mesma ontem, hoje e sempre. Não mudou e nunca mudará”, enfatizou o religioso.
“Quero concluir esta entrevista citando uma passagem de Levítico, capítulo 18, versículo 22. Ela diz que ‘não se deitarás com o homem como se fosse mulher: isso é uma abominação”.
2 comentários:
Desde os meus 19 anos me interesso por esse tema, que de fato mudou a minha vida completamente. Vivenciar essa temática é totalmente diferente de quem tem um modo de vida diferenciado do homossexual. Ambos, heteros e homos podem andar lado a lado se houver respeito e compreensão, e ainda mais podem também transcender os dois lados, e prova disso os bissexuais, e ou até mesmo trocar de posições invertendo os lados. A quem diga que nasça diferente e desde crianças trazem indícios de aquele ou aquela ser homossexual, mas isso são casos e casos, influencias e escolhas. Como diz uma expressão muito utilizada pelo meio GLS é que todo gay é afeminado, mas nem todo afeminado é gay. Ser um mauricinho, nerd, e ou uma menina que faz caratê ou joga bola, não defini suas orientação sexual, mesmo a influenciando, ainda sim não é cabível julgarmos e tão pouco termos certeza de sua opção. Muitos aqui no Moodle ainda utiliza a terminologia HOMOSSEXUALISMO, e isso é chato, pois sabemos que o sufixo ISMO significa doença, e pelo caminhar dessa carruagem, já aprendemos que os homossexuais não são doentes, sem vergonhas ou loucos.
Com o passar dos anos a justiça aos poucos caminhavam em discussões sobre homossexualidade dentre seus governantes para uma definição plausível perante a constituição. O que é melhor dessa lei, não é fato de casar, receber pensão, herança, ou adotar um filho, mas que hoje para a lei os homossexuais não são mais invisíveis. Ou seja, os que tinham medo, se refugiavam, ou não se assumiam com medo, esse medo simplesmente deixou de existir. Ontem em Goiânia já tinha casais homossexuais querendo casar no civil, e admirei o ato deles de poder enfim realizar um de seus vários sonhos que é casar, e ser considerado além de normal, uma família perante a lei. E que essa relação homo afetiva, não atrapalha a nossa realidade e nem prejudica ninguém.
Ah! O melhor ainda está por vir, e espero que não demore muito. Lógico, acredito que nada é por acaso, e essa efetivação de lei também tem seus benefícios ao governo, por mais que ainda não seja visível. Mas o foco não é esse ainda, e o que eu espero que aconteça num futuro não muito distante e assim espero é que com essa decisão e outras mais que virão a historia de nossa cultura mudará perante aos homossexuais querendo ou não. Quem sabe veremos uma novela brasileira, porque na mexicana e francesa isso já acontece, o fato de em canal aberto termos um relacionamento homossexual com cenas mais picantes como as dos casais heterossexuais, de vermos em uma praça publica e ao ar livre até mesmo em cidade interioranas como a nossa casais homossexuais de mãos dadas, se beijando em uma balada, morando juntos em uma casa e convivendo com a sociedade a sua volta detentora dos mesmos direitos. Agora, o campo mais difícil disso tudo voltado ao homossexual será na religião de preferência evangélica em ter de aceitar em sua igreja membros casados no civil se assumindo homossexual e que não irão mudar em nome de uma suposta doutrina determinada por Deus segundo eles, mas isso não será um problema, andei pesquisando e já existem igrejas com e para homossexuais em todas as nomenclaturas.
Enfim, a quem diga que homossexuais, não poderia estar junto por causa de Deus, ou por não terem filhos juntos, ou por transmitir DST's, mas isso tudo já foi por água abaixo quando paramos para analisar nossa vida e o contexto a nossa volta. Ninguém sabe de fato o que é Deus e o que ele quer de cada um ao pé da letra, a questão de não ter filho é somente um detalhe que pode ser mudado com uma adoção, bebe de proveta, barriga de aluguel, e até clonagem, e se um casal hetero for estéril e também não pode ter filho e mesmo assim continuam juntos em nome do amor, isso não podemos negar aos homossexuais, ainda mais que o fato dos mesmos adotarem, eles seria mais humanos do que os próprios heteros, pois para uma criança ser adotada ela precisa nascer e isso somente os heteros fazem, pra depois jogar essa criança fora no mundo e um casal homo afetivo que quer dar uma chance a essa criança de vencer na vida; e por fim as pesquisas sobre DST's é vista pelo IBGE que a maioria dos casos de Doenças são transmitidas por casais heteros, idosos e mulheres. Então avante homossexuais, soltar a voz e mostrar que somos cabíveis a esse mundo diversificado e que viemos pra vencer como qualquer outro aqui presente.
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